domingo, 21 de dezembro de 2008



Nesse tempo EU TE DIGO:

Olhe para a árvore...

Não...
Não olhe simplesmente para a árvore,mas...

ENXERGUE-A!

Veja-a em detalhes, 
sem se ater a detalhes.
Olhe enquanto você tem, 
sua vida nesse planeta, 
nesse corpo, 

Veja-a enquanto há saúde, 
ou um resto que seja de saúde, 
que te possibilite 
sair do seu quarto.

Respire o céu!

Sim respire-o, 
esteja azul ou cinza, 
respire o céu, a árvore...

Olhe aquela florzinha, que nasce num buraquinho do concreto, 
aquela florzinha amarela, 
ou a vermelhinha peludinha...Você já viu essa?
Ou ainda a roxinha...
Elas são lindas!
Quase ninguém as vê, 
ninguém olha para elas.

Respire a vida, enquanto você tem tempo, enquanto está aqui.

Faça isso, 
eu lhe digo, pois, 
sou uma mulher fada, 
e essas coisas todas me chamam, 
se mostram e me dizem, 
o quanto apreciam 
o seu olhar.

Veja a vida, 
enquanto você, 
ainda vive essa vida, 
enquanto você, 
ainda tem esses olhos!
A.D

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Viagem em busca do Arco- íris

Ao contrario do que muitos pensam, no final do arco-íris não tem um pote de ouro. Mas não se sinta mal por pensar assim, as fadas tb pensavam isso até q descobriram a verdade em uma das festas de fairytopia.

Alguns duendes contavam historias sobre os arco-íris, Elina e eu adorávamos escutá-las, adorávamos todas as historias da floresta. Sempre atentas prestando atenção no detalhes mesmo sem acreditar naquele exagero de fantasia dos duendes.

Certo dia resolvi averiguar a historia do pote de ouro, chamei Elina para pesquisarmos o jeito mais fácil de acharmos um arco-íris...e um dos grandes!

A fada da Lua nos havia dito certa vez que eles apenas aparecem em dias especiais e que era difícil sair por ai e encontrá-los a qualquer momento. Mas eu estava decidida na minha busca e Elina consentiu com a cabeça para continuarmos tentando. Afinal qualquer dia poderia ser o dia certo de encontrá-lo.

Elina se lembrou então da árvore da sabedoria, a maior e mais antiga arvore de fairytopia. A localização exata dela também ninguém sabia e todos nos diziam apenas q para ir ate ela precisávamos ter sabedoria e o destino encarregaria de nos transportar.

Voamos a tarde toda pela floresta sem acharmos nada. Elina então resolveu sentar em uma pedra e meditar por sabedoria, já eu ansiosa demais voei bem alto para ver se a encontrava la de cima, pois uma arvore tão grande deve ser difícil de se esconder. No ponto mais alto que pude chegar vi todo vale, as cachoeiras enevoadas e tb pequenas montanhas...pude notar tb o silencio o barulho do nada a minha volta e do tudo ao mesmo tempo...foi ai q avistei ela, linda enorme a maior de todas as arvores. – Tem que ser ela. Indaguei afoita. Meus olhos estavam tão admirados que meus pensamentos já aviam se esquecido do que tinha ido buscar nela. Gritei então por Elina mas não obtive resposta e antes q eu pudesse voltar para procurá-la já havia sido transportada ate o cume da arvore. Voei ao redor dela e la sentada num galho estava Elina me esperando sorridente:

- Conseguimos!!Conseguimos acha-la

-Eu fiquei preocupada, chamei e você não me respondeu Elina.

-Eu não sei como cheguei aqui, apenas fechei os olhos, e imaginei a maior arvore, quando abri meus olhos eu já estava aqui, resolvi esperar por você sabia q conseguiria chegar tb.

Sorrindo Elina pegou minha mão e fomos atrás da fruta da resposta. Dizia a lenda que quem come do fruto da árvore da sabedoria obtém resposta ao que mais procura. Mas funciona apenas uma vez.

Pegamos dois frutos de cor alaranjada de tamanho médio, Elina me olhou com um olhar distante.

- Que houve? Perguntei

- Não sei...mas acho q no fundo achar o arco íris não é a resposta q mais desejo ter, e não deve ser a sua também não é twinkle? Oq vc mais deseja saber a resposta?de todas as coisas que vc já teve duvida? Hoje você pode saber tendo uma visão ao comer essa fruta.

Eu me sentei no galho sorrindo.

- São tantas coisas que eu queria saber hoje e acho q o arco íris vai ter q ficar para depois. Quero saber se vou ser feliz nesse mundo para sempre ou se vamos para outro lugar, e também se vc estará sempre comigo... acho q é isso que eu mais desejo saber. E você Elina?

Ela rui alto, me olhou e disse bem forte:

- Eu quero saber onde esta o arco íris!!!

Me limitei a rir muito junto com ela, pois nos duas sabíamos que a minha resposta era o destino das duas e ela não precisava perguntar o mesmo pois nossos destinos estavam ligados para sempre. Nos abraçamos e comemos a fruta da resposta, riamos muito como duas crianças.

Um lindo arco-íris apareceu bem na nossa frente Elina me abraçou forte.

- La esta Twinkle, venha vamos ver onde ele vai nos levar.

Caminhamos juntas através do brilhos e das cores mágicas dele, aproveitando toda sua beleza q circulava por toda fairytopia. O final dele?? Já era o q esperávamos, sem pote, apenas a cachoeira da magia. Mas a sensação foi inesquecível!

Nunca contei a Elina a resposta que tive, que deixaríamos de ser fadas e fomos banida de fairytopia por ela se apaixonar por um humano e contar a verdade sobre nós, e eu por segui–la e ficar do lado dela para onde ela fosse , contei apenas a parte mais verdadeira... que ficaríamos juntas para sempre....

Amigas para sempre!!


Twinkle


quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A fada que queria ser sereia


Todos pensam que vida de fada é simples, ou sem ocupações, ou tudo apenas flores.... Mas que nada, cada uma de nós temos particularidades, obrigações e tarefas, além de desgastes.... como todos os humanos. E vivermos todas juntas em harmonia não é tão simples quanto pode parecer.

Aqui na Floresta Encantada sou famosa pelo meu humor variante... e acreditem, não é por querer.. uhauhauhau

Mas sou uma fada temperamental, e assumo isso. Tenho dias de estar insuportavelmente insuportável... e apenas Twinkle, minha fada metade, não sai do meu lado nessas ocasiões.

Houve uma vez, entre tantas, em que acordei assim... incrivelmente de mal humor, apesar do lindo dia.
Twinkle logo veio voando até a minha flor, rindo e bailando no ar, já me dando “Boooom dia fada metade” e eu respondi naquele muxoxo de quem não ta com vontade de falar. E fui fazer minhas obrigações do dia, cuidar das flores, ajudar as outras fadas nos seus afazeres.


Twinkle veio me acompanhar em tudo, fazendo suas tarefas tbm, mas sempre dando um jeito de me animar.... Fez trancinhas no meu cabelo, encheu ele de florzinhas minúsculas e douradas...e ainda me disse “é pra combinar com seus cabelos metade *-*”


E sempre tão sorridente, q de alguma forma ela consegue me trazer paz. Mas eu estava irriquieta aquele dia, e não sabia porque. Talvez nem tivesse explicação... apenas uma vontade louca de voar para longe e não ser quem eu era.

Nem a chuva rápida de tardinha, e logo assim q terminou, e apareceu o lindo arco íris no céu, fez meu humor mudar. Eu estava tão fechada em mim mesma, q acabava alheia à beleza a minha volta...nem mesmo qdo Twinkle me arrastou pela mão, já no fim da tarde, para os arredores da Floresta Encantada, para ouvirmos o belo piano de um musico q mora sozinho num velho chalé próximo a floresta, nem mesmo isso me fez alegrar, como de costume. E olha q ouvir aquelas musicas tão belas, sempre costuma fazer dos meus fins de tarde mais alegres...

Aí então, percebendo que eu ainda estava triste, Twinkle sentou na minha frente, e olhando nos meus olhos, me disse:

- Metade vou te contar uma historia, posso?

E eu concordei com a cabeça, meio avoada, com uma flor nas mãos, olhando para ela, mas não enxergando nada além do que o vazio q estava sentindo.. E então Twinkle começou a me contar com aquela voz suave, de quem esta contando uma fabula a uma criança...


“Há muito tempo atrás, aconteceu a historia de Cirne, a fada que queria ser sereia... Tudo começou quando Cirne foi conhecer o mundo dos humanos, e se apaixonou por um belo humano... Passando assim a todo fim de tarde sair da Floresta Encantada e ir escondida até o riacho onde o humano descansava após o trabalho, as vezes pescando... as vezes só sentado olhando o rio e molhando os pés.... também parecendo profundamente mergulhado em si mesmo e seus pensamentos.Cirne demorou muito tempo até ter coragem de se aproximar. As vezes achava q ele sentia sua presença, as vezes achava q não...
Até que um dia, depois de muito tempo observando-o todas as tardes, ela tomou coragem de se aproximar e sentar ao lado dele, achando q ele não seria capaz de vê-la, como todos os humanos... mas qual a sua surpresa? Ao se sentar do lado dele, ele a olhou, a examinou toda, suas asas, seus cabelos tom de violeta, e disse “- Uma fada....”

Cirne se assustou, mas ao mesmo tempo sabia q aquele era mesmo um humano especial, sensível, capaz de ver as fadas... e então eles começaram a conversar todos os dias e Cirne cada vez ficava mais apaixonada e querendo menos passar o dia na Floresta Encantada. Já qse nem tinha animo de fazer suas tarefas, queria estar com o ‘seu’ humano todo o tempo. Até q um dia ela se declarou para ele, disse tudo que sentia, que queria viver ao lado dele, deixar as outras fadas, que ela não se sentia adequada mais entre elas. E então o humano lhe contou porque ia todos os dias ao riacho.... uma vez qdo mais jovem, ele conheceu uma sereia e se apaixonou por ela. Mesmo nunca mais tendo a visto, não conseguia esquecer aquele fascínio e a vontade de revê-la... não podendo assim corresponder ao amor de nenhuma outra mulher...humana, ou fada...

Chocada com a intensidade da dor que sentiu ao ouvir a honestidade daquele humano q ela tanto amava, Cirne, saiu voando, enfrentando uma tempestade interior..Se já não queria ser fada antes, agora mais ainda...Não queria mais aquelas asas, não queria nada... queria apenas estar longe dali, queria ser outra elemental... queria ser sereia.... queria apenas ser feliz, e que aquela dor passasse....”

Eu ouvia Twinkle completamente atenta, já esquecida de todo mal humor, ou sensações desagradáveis... estava envolvida pela historia, curiosa pelo final, mas ao mesmo tempo tirando meu foco de mim, e das minhas vontades estranhas daquele dia... pedi baixinho qdo Twinkle parou de falar

- Continua metade... o q aconteceu com ela?

Metade sorriu, e vendo q tinha minha atenção completa, voltou a contar no mesmo tom suave de voz

“Então Cirne voou, voou... voou o mais longe q pôde e ao encontrar uma cachoeira muito, miuto distante, resolveu entrar nela. Queria se molhar, deixar de ser fada, ser sereia, nem ela mesmo sabia o que desejava na verdade. A força das águas q desciam da cachoeira chegavam a machucar suas asas. Mas ela não ligava... a dor de fora ainda não se igualava a dor e as tormentas internas. Qto tempo ela ficou assim? Não se sabe... só sabemos que a natureza as vezes ouve o que pedimos, e por isso temos q ter cuidado com o que desejamos... Naquele momento, naquele exato momento, houve uma conjunção astral que fazia com que os desejos de todas as fadas fossem realizados.... e assim, Cirne esta la, até hoje na cachoeira... virou uma estatua de uma fada embaixo das águas... só quem tem coragem de entrar embaixo da cachoeira é capaz de vê-la”

E eu, q até o momento estava atenta, ao ouvir isso comecei a rir e me joguei em cima da metade

- Sua boooba, e eu achando que era algo sério... uhauhauhauaha

Metade, me abraçou, rindo tbm e disse:



- Boba nada, consegui te fazer rir, era o que eu queria... e vamos embora q já esta anoitecendo e estamos fora da Floresta

- Mas... mas... mas... logo agora q eu ia ouvir e dançar com a musica do piano – tentei argumentar com Twinkle, fazendo cara de pidona

E ela ainda abraçada comigo, começou a me puxar de volta pra casa... pra nossa casa... nossa floresta, onde éramos tão felizes. No meio do caminho queria agradecer a ela, tudo q ela fez por mim naquele dia e sempre.... mas sabia q nem precisava na verdade, Twinkle sabia o que eu queria dizer, porque sempre tivemos sintonia sem precisar de palavras... mas mesmo assim tentei começar:

- Metade... obrigada...

E ela só me olhou e deu um beijo no meu rosto.. e continuamos voando alegres para casa, doidas pra chegar nas nossas flores preferidas, tomarmos néctar e deitarmos um pouquinho... e no já escuro da noite só se pôde ouvir uma fada perguntando, com voz meio de quem não ta falando sério, mas meio preocupada ao mesmo tempo:

- Metade minha... vc acha mesmo que tudo q se deseja pode acontecer?? ó.ò


E o som alegre da risada de Twinkle encheu o resto dos sons da floresta por aquela noite...





Єſiηα

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Um dia nada comum

Hoje eu estava dormindo na minha margarida preferida, lembrando das minhas aventuras da semana, como bom ter alguém para compartilhar isso. Hoje tenho q me recarregar, vou aproveitar q o sol esta lindo, e hoje não tenho nenhum dever a cumprir. Já sinto em minhas asas a força do seu brilho,
- ai ai que lindo!!! , disse levantando vôo.
Percorri toda fairytopia procurando minha fada metade, mesmo sabendo que iria encontra- la perto dos lírios como sempre; quis aproveitar a beleza do dia. Vi todas as fadas trabalhando, cada uma com seu dever do dia e me senti mais livre do q nunca por poder apenas contemplar o meu . Avistei os lírios e voei mais rápido gritando :
- Metade, Metade, Metade!!
Mas para minha surpresa Elina não est
ava no lugar de costume. Parei de voar por um segundo q fiquei pensando onde ela estaria no nosso dia de folga. Elina hoje estava descansando a beira de uma cachoeira sobre uma vitória-régia. Achei engraçado e fui ate seu encontro acordando-a:
- Dormindo aqui hoje? Nunca fez isso metade
.
Elina sorrindo como sempre, despertou agradecendo o lindo dia e cumprimentado o sol. Levantou vôo bem devagar e ficou do meu lado:

- Sabe o que é minha metade, hoje não é um dia comum, e eu queria que tudo começasse diferente, a principio meu sono. Acordar com o barulho da cachoeira não é mágico ?
Respondi sorrindo q sim, mesmo não tendo entendido o porque do dia nada comum.
- O que temos de especial no dia de hoje? Perguntei curiosa enquanto voamos.
Elina respondeu com muita empolgação:

- Hoje é dia de celebrar o amor, hoje é o dia q a lua e o sol terão o encontro q esperaram o ano todo, hoje teremos um eclipse!
Havia me esquecido disso, estava tão feliz pelo meu dia de folga q não pude notar os preparativos das fadas, e toda a euforia de fairytopia no dia de hoje. Sim realmente é um dia para se comemorar, um dia de magia natural, um dia de paixão e amor. Um dia nada comum!
Elina segurou minha mão e fomos ao encontro das outras fadas, todas já se posicionaram para ver o evento, Elina c
olocou na minha cabeça a coroa de flores q havia feito no dia anterior, uma igual ela colocou em si mesma, ela me abraço sorrindo quando a lua começou a cobrir o sol, e todas as fadas sentiram a energia e o poder da união de Lua e Sol.
Mais ainda eu e minha metade, os eclipses sempre tiveram uma força maior na nossa vida, e nossa amizade parecia sempre mais forte nessas datas.
Não demorou muito ate o brilho do sol ficar visível novamente, todas as fadas se uniram num circulo mágico e mandamos nossa energia acumulada para o universo onde ela seria armazenada nas estrelas.
Elina e eu estávamos muito felizes, no fim do eclipse chegaram os Gnomos e os Elfos para continuar nossa festa, um dia perfeito, mágico e para durar para sempre. Por isso em fairytopia, nenhum dia é igual ao outro!



Twin
kle

sábado, 17 de novembro de 2007

O lamento da fada

Inspirada pela incrível habilidade da minha fada metade em contar nossas aventuras, tbm vou lhes contar um dia muito especial na vida de duas fadinhas curiosas....



Certa tarde, saímos, eu e Twinkle, fora dos limites da floresta encantada. Estava fazendo um lindo dia de sol e claridade, e resolvemos aproveitar a luminosidade do dia para irmos fazer uma visita às nossas amigas, elementais das águas, as sereias.

Íamos voando alegres, de mãos dadas e rindo..ja imaginando o prazer de sobrevoar a água e molhar a pontinha dos nossos pés, vendo os peixinhos pulando e conversando com nossas amigas sereias.

Estávamos sobrevoando os campos em direção a praia, quando de repente Twinkle parou de súbito e me olhou fazendo um gesto de silencio ao mesmo tempo que dizia baixinho:

- Esta ouvindo, Elina?.... Você ouviu?

E eu, ainda no espírito alegre da aventura, respondi rindo:

- O que? O barulho das ondas? Ainda não.... E quanto mais ficarmos aqui paradas, mais tempo vamos demorar a ouvir...Vem Twinkle...

E novamente rindo, pego a mão dela e tentando voltar a sobrevoar em direção a praia... Mas o olhar de Twinkle me fez parar também e entender que ela não mais estava brincando.

- O que foi? – perguntei eu, falando em voz baixa tbm

- Você não esta ouvindo o lamento de uma fada? – ela me respondeu

E ao prestar mais atenção nos sons q vinham com o vento, realmente pude escutar um canto de fada. Triste, solitário, que trazia tanta dor que não podíamos entender o que haveria deixado alguma fada tão triste assim.

- De onde esta vindo o lamento? – falamos ambas ao mesmo tempo

E foi Twinkle quem respondeu:

- Não parece vir de Fairytopia e nem da praia... acho que vem da cidade, do outro lado das montanhas. Vamos até la?

Espantada, olhei pra minha fada metade e tentei argumentar

- Mas metade, você conhece as energias densas e negativas dos humanos. O que uma fada faria numa cidade? E ainda mais.... teremos forças pra voar de volta, depois que energias e as formas-pensamentos tão pesada dos humanos, nos rodearem?

Agora foi a vez de Twinkle sorrir e iluminar tudo a sua volta e me dizer como se me lembrasse de uma lição antiga, mas fundamental

- Ora metade, e desde quando isso nos impediria de ajudar alguém que precise?

Sim, ela estava certa. E sorrindo, a abracei antes de começarmos a voar em direção a cidade do outro lado das montanhas. Íamos de mãos dadas, mas cada uma emersa em seus pensamentos. Eu ainda me indagava o que teria deixado a fada tão triste e perdida no meio da cidade. E sei que Twinkle, apesar de curiosa como eu, estava mais preocupada em chegar logo para podermos ajudar nossa companheira.

Continuamos voando de mãos dadas, apenas as vezes apertando nossas mãos um pouco mais, mas suavemente... num mudo entendimento que, creio que apenas eu e Twinkle somos capazes. Ao chegarmos à cidade, guiadas pelo choro sentido da fada, nos entreolhamos e seguindo o lamento, fomos margeando o rio, até avistarmos uma linda fada cabisbaixa e com o rosto contrito.

Mas não, ela não cantava... Não emitia um som. Então como pudemos ouvir o seu lamento e segui-lo através da distancia? Essa pergunta, ainda sem resposta, ficaria para depois.. primeiro nos acercamos da bela fada, que apesar de lindas asas vermelhas, não voava.... preferia caminhar pelas ruas.






Reparei que ela era realmente bela. Suas asas em tonalidade avermelhada, além de grandes, maiores e mais densas do que as q estávamos acostumadas a ver, tinham um degradê belíssimo. Seus cabelos tbm com um tom vermelho e seu vestido salmon. Tudo dava um aspecto de imponência e força. Em contraste com o seu rosto marcado pela angustia e dor.

Logo Twinkle e eu fomos conversar com ela e soubemos do que tanto a angustiava. Na verdade, ela, que se chamava Nalim, não era uma fada de Fairytopia, e sim da terra-média. Era casada com um príncipe Elfo, de nome Eldar. Viviam muito felizes, até um feiticeiro negro, entrar em suas vidas e talvez movido por paixão, recalque, ou não saberemos identificar quais sentimentos tão nefastos, amaldiçoar Nalim e manda-la para a Terra.

E assim encontramos Nalim, perdida, sem saber como voltar à terra-média, preocupada com Eldar e mais ainda com o pequenino filho deles.... que poderia estar essa hora a mercê do feiticeiro negro.

Twinkle e eu, comovidas com a historia de Nalim, tentamos de tudo para acalma-la, até decidirmos leva-la conosco até Fairytopia e com certeza a Rainha das fadas a ajudaria a voltar para sua terra, seu marido e sua vida. Tratamos de sobrevoar de volta, as três agora de mãos dadas, parando as vezes no campo para tomarmos néctar das flores.... já q eu e Twinkle não estávamos acostumadas a viagens tão longas e tão cansativas.

Mas além do néctar, algo nos aliviava o peso da viagem. Era a certa tranqüilidade que conseguimos passar a Nalim, e vê-la mais esperançosa, serena e com brilho no olhar. Chegando em certas horas a quase sorrir, qdo fitava Twinkle e eu. Essa sensação foi o que mais nos reconfortava e nos fazia nem sentir o peso da viagem.

Ao chegarmos a Fairytopia, levamos Nalim à presença da Rainha, e que após tudo explicado, nos disse para partirmos para o jardim, que ela pessoalmente cuidaria de Nalim e do caso na terra-média, já que o feiticeiro negro estava se interferindo ate aqui na nossa dimensão. Nos despedimos afetuosamente de Nalim, já com saudades da bela e doce fada e fomos sobrevoando abraçadas até o jardim.

Deitei exausta, mas feliz, em cima de um cogumelo, brincando com as pequeninas ninfas que logo vieram me sobrevoar, rindo e espalhando seus sons cristalinos pelo ar. Twinkle sentou do meu lado, tbm brincando com as ninfas. Até que esticando a mão em sua direção, puxei conversa com ela:

- Metade....uma coisa ainda me faz pensar...Como pudemos ouvir o choro de Nalim se ela estava calada? Nem realmente cantava, ou se lamentava... apenas ia andando sem rumo naquela cidade...

Twinkle sorriu e se levantou. Parou ao meu lado, ergueu minha cabeça e sentou-se... pondo me deitada em seu colo. E mexendo nos meus cabelos, com a ajuda das ninfas, começou a fazer mini tranças, dando uma pausa até me responder. Até que finalmente me disse, sorrindo:

- Metade, não me pergunte coisas que vc já sabe, sua boba. A gente ouviu o coração de Nalim, e isso fala mais alto que qualquer canto, ou choro. E você tbm ouviu quando prestou atenção... acho que basta a gente estar atento que podemos ouvir o coração dos outros.... e ajudar não é uma sensação maravilhosa?

Olhei pra cima, pro rosto suave e corado de Twinkle e respondi:

- É sim... a sensação é maravilhosa. Foi melhor até que visitar as sereias.. muito melhor. Mas amanha vamos no nosso passeio, hein? E vc falou de perguntas que eu já sei a resposta. Mas tem uma que eu não sei...

- Qual? – me perguntou Twinkle

- Onde esta o meu elfo? Também quero um... - respondo rindo

Minha fada metade tbm começa a rir. Nos abraçamos e permanecemos rindo algum tempo. Mas a sensação de bem-estar nao nos deixou nem um minuto. E muito menos a lembrança que essa historia me trouxe.... de estar sempre atenta a ouvir o coração de todos os seres da Terra.... estejam eles longe ou perto de mim. Quando ouvimos o coração dos outros seres, melhor podemos ajudar. E os ajudando, atraímos a felicidade para nós mesmos.




Єſiηα

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Conto: Tesouro escondido

"Devemos sempre procurar tesouros Mas o tesouro da amizade sempre devemos preservar Pois não há outro tesouro Que a esse se possa comparar "

Hoje descobri uma passagem secreta na gruta de nosso jardim, não contei a ninguém e fui explorá-la sozinha. As paredes eram úmidas e lá dentro tinha um perfume encantador.

- Como não conhecia isso antes? Me perguntei

Continuei a observar todos os detalhes, não estava escuro pois minhas asas iluminaram toda a gruta quando entrei, algumas estalactites e estalagmites formavam desenhos estranhos no percurso interno da gruta.

Assustei alguns morcegos e também vi vários seres noturnos se escondendo atrás das pedras pelo chão, me senti um vaga-lume. A gruta parece ultrapassar toda a montanha de tão longa q era, mas eu queria ir ate o fim, sentia de longe algo especial. Depois de uma hora voando pela passagem minhas asinhas já estavam lentas, fiquei pensando na minha volta, talvez eu teria q dormir ali mesmo, escutei um barulho de água corrente então voei mais rápido.

Quando o barulho ficou mais intenso vi uma luz mais forte, era uma segunda saída, o outro lado da gruta, então me deparei com um lugar mágico, não parecia com o mundo das fadas, não era outro lugar, era lindo.

Uma cachoeira brilhante, muitas flores um céu e sem nuvens.

Eu podia sentir que o ar ali era diferente...varias borboletas vieram ao meu encontro e eu nem sentia mais o peso das minhas asas, elas simplesmente me levaram.

Voando com elas por aquela terra desconhecida acabei descobrindo seu segredo.

- Unicórnios!!

Meu rosto esta feliz, eu nunca tinha visto um, so tinha escutado estórias das fadas mestras e elas diziam q eles já não existiam mais. Lindos cavalos brancos de brilho azul.

Mais eu sabia q tinha que manter esse segredo, se eles estavam escondidos era preciso q ficassem assim. Recuperei minhas forças e voltei pela gruta, o caminha já não parecia tão longo, voei feliz por todo jardim ate encontrar minha fada irmã Elina, não me conti de felicidade e para ela eu tinha que mostrar o tesouro que achei. Levei ela pela gruta e do outro lado passamos toda a tarde com as borboletas e os unicórnios, e esses se tornaram amigos especiais e nos ensinaram coisas q nenhuma fada sonhava em conhecer, os segredos místicos do universo, todos guardados no brilho dos seus chifres. Segredos q teríamos q guardar para sempre!


Twinkle


terça-feira, 13 de novembro de 2007

Conto: Jardim das fadas

Essa manha estávamos Elina e eu organizando a disposição das flores no Jardim.

Eu queria elas todas organizadas e separadas:

- Parar que misturar rosas e margaridas? Perguntei

Ela apenas sobrevoou o Jardim sem me responder, voltou em seguida com uma flor em cada mão e me mostrou:

-Veja! Veja! Elas quando estão separadas parecem individualmente tristes. As flores são como as pessoas, elas precisam umas das outras para assim formar uma única beleza e um destaque invariável.

Então Elina juntando as duas flores em uma mão as colocou juntas num pequeno vaso de cristal:

- Percebe agora como ficam mais alegres juntas? A pequena margarida branca e a bela rosa vermelha; juntas se completam. Agora eu lhe pergunto querida Twinkle, para que misturar as rosas com as margaridas?

Olhando-as no vaso notei q juntas as flores pareciam cantar, voei em volta do jardim e disse a Elina:

- Peça as borboletas para plantá-las lado a lado, teremos serenata no fim do verão!!

Voamos então para juntos das outras fadas, fiquei a observar nosso jardim, nunca havia notado como as flores exalavam um canto secreto, uma do lado da outra; unidas, perfume e canção.

Porque os humanos não são como as flores?? Acho q seriam mais felizes...

...ou talvez não, assim como existem belas flores, também tem aquelas q estragam todo o jardim, roubam o sol e sugam a seiva da vida... matando por sua inveja.

Flores tristes, vivem a tentar ser outra e a viver sem beleza, sendo q com união e respeito juntas teriam seu lugar para receber os raios de sol. Juntas cantariam a canção da manha, juntas alegrariam o Jardim das Fadas.

Twinkle


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